Será que são do tamanho da distância a que estás do teu país?
Ou do longe que estás do sítio onde as pessoas falam com a mesma pronúncia que tu e sabem dizer bem o teu nome?
Ou será que depende de quantas pessoas deixaste lá?
Dependerá se os teus amigos continuam na tua cidade ou se foram também para o estrangeiro? (essa entidade!)
Se ouves de vez em quando à tua volta palavras na tua língua enquanto andas pela cidade?
Se a tua família vive quase toda num raio de (quanto quilómetros Pai? 20?) talvez vinte quilómetros de tua casa? (e então as saudades têm uma maior densidade? ou concentração?:P)
Ou das possibilidades que tens de dizer aquelas palavras que gostas de dizer na tua língua, que não querem dizer quase nada às vezes (Pois), que dizem muito (Paciência!- enquanto se encolhe os ombros), que gostas de dizer e pronto(s)! (Prontos! Fogo! Ó pá! atabalhoado, recesso, trengo, trenguice, asneira!, fixe!, enfim..então?...tantas, são mais que as mães!)
de as falar sem ninguém ficar a olhar para ti com um ponto de interrogação na cara...
Dependerá dos anos que viveste na tua casa, com a tua família, na tua terra?
22 são bastantes.
e todas as referências da tua vida foram ditas, ouvidas naquela língua com erres enrolados como em Porto e ditongos como ão e ões que mais ninguém consegue dizer e lhes que também é bastante Português. E o som parecido com ch mas que não é completamente ch no final das palavras que acabam em s.
Como saudades.
Enfim, estou com saudades!
Prontos! :P
3 comentários:
Olá Ana
As saudades são sempre XXL senão não eram saudades. Não têm que ver com distâncias geográficas sómente. É a falta de alguns sons, cheiros, espaços, olhares, gestos, silêncios, histórias. A distância tem isso de bom, relativiza tudo e dá valor aquilo que parecia que não o tinha por estar demasiado próximo de nós.
Quando deixares o país das neves e voltares, vais sentir saudades de muito que agora tens. Os caminhos, todos, são feitos de proximidades e distâncias e nem sempre são geográficas, podem ser de tempo, muito tempo. ;-) Aproveita tudo! Um abraço grande do tamanho das tuas saudades.
O Pai.
Ola ana,
Esta noite nao consegui dormir, entao decidi vir para o trabalho as 6 da manha. Sai as cinco e meia e a 6:08 Ja aqui estava. Depois de atravessar um frio glassiar que ate fazia os dentes tilintar... Cheguei ao instituto, grande contentamento, o codigo tinha crachado, e agora nao me apetece fazer nada portanto, o que faco...Vim ver o teu blog, pois como sabes sou um fiel seguidor...:P
Isto tudopara falar de do essencial, as saudades.
Saudaes, como tu sabes e uma das palavras portuguesas que nao e traduzivel para mais nenhuma lingua, ou pelo menos em toda a sua dimensao. As saudades sao saudaveis, dimensionam nos, colocam te nas coordenadas certas dentro de um refencial. (3D se quiseres:)).
Mas a sua intensidade e transitoria, fazem parte do processo de adaptacao, e acima de tudo aparecem quando, e tem um efito mais intenso, quando a rotina comeca a ganhar terreno. E importante, relaxar, reflectir nas decisoes tomadas quem as tomou, relativizar a ditancia, racionalizar, focar se no eu, aproveitar a oportunidade e perceber que a familia, amigos conhecidos, cheiros, lingua, condicoes climatericas portuguesas estao a tua espera, sao como que algo garantido no regresso.
Lembra-te as saudades nao desaparecem mas sao domesticaveis!
Alem disso, Fevereiro e um mes duro, e escuro frio, nada de especial acontece... Mas tens que te onsentrar no facto que os dias ja sao maiores, a primavera esta a aproximar e em breve vais poder observar como e magico o florescer da natureza, como tudo acontece num apice, o desabrochar da vida adormecida... Va le a pena superar o inverso passa assistir a isso...
Finalmente, lembra te que dentro de 1 mes e um dia vou visitar te, depois teremos tempo para gastar todo o portugues acumulado :P Vai ser fun, fun fun...
Um abraco,
Nuno
entao ana, isto anda muitoparado ... Assim, nao pode ser ...:P
Nuno
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